quinta-feira, 31 de julho de 2025

DMAIC e DMADV do Six Sigma para aprimorar e inovar processos

DMAIC e DMADV do Six Sigma para aprimorar e inovar processos

"Descubra as diferenças entre DMAIC e DMADV, duas metodologias Lean Six Sigma essenciais para melhorar processos e desenvolver novos projetos com excelência."


Introdução

A busca pela excelência operacional é uma prioridade estratégica para empresas que desejam permanecer competitivas. No centro dessa jornada estão os métodos DMAIC e DMADV, ambos componentes do universo Six Sigma, uma abordagem consagrada para melhorar a qualidade, reduzir variações e impulsionar resultados sustentáveis.

Embora façam parte do mesmo arcabouço metodológico, cada um possui uma aplicação distinta, complementando-se na construção de negócios mais precisos, eficientes e inovadores.


O que é Six Sigma?

Antes de detalharmos DMAIC e DMADV, é essencial compreender o Six Sigma. Trata-se de uma metodologia de gestão da qualidade desenvolvida pelo seu criador William Bill Smith Junior, integrado a Motorola na década de 80, e essa Ferramenta ADM foi popularizada pela GE (General Electric) nos anos 1990, cujo objetivo central é reduzir a variabilidade dos processos e eliminar defeitos, buscando alcançar um nível de excelência equivalente a 3,4 defeitos por milhão de oportunidades.


DMAIC: foco em melhoria contínua

O DMAIC (Define, Measure, Analyze, Improve, Control) é o método usado para melhorar processos já existentes, garantindo maior estabilidade e previsibilidade.

Fases do DMAIC

Define (Definir) — Identificar o problema, os objetivos do projeto e as expectativas dos clientes.

Measure (Medir) — Coletar dados relevantes para entender a situação atual e quantificar o desempenho do processo.

Analyze (Analisar) — Investigar as causas raízes das falhas ou variações, buscando compreender por que os problemas ocorrem.

Improve (Melhorar) — Desenvolver e implementar soluções para eliminar as causas identificadas e otimizar o processo.

Control (Controlar) — Estabelecer controles e monitoramentos para manter os ganhos conquistados e prevenir recaídas.

O DMAIC é ideal quando o foco está em corrigir, ajustar e evoluir processos já em funcionamento, promovendo melhorias contínuas e mensuráveis.


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DMADV: foco em criação e inovação

O DMADV (Define, Measure, Analyze, Design, Verify) é utilizado para desenvolver novos processos ou produtos, garantindo que eles atendam perfeitamente às necessidades dos clientes desde a concepção.

Fases do DMADV

Define (Definir) — Determinar as metas do projeto e os requisitos críticos para a qualidade (CTQ — Critical to Quality).

Measure (Medir) — Avaliar as necessidades do cliente e definir parâmetros de qualidade.

Analyze (Analisar) — Explorar alternativas de design e identificar soluções inovadoras.

Design (Projetar) — Criar o novo processo ou produto com base nos dados e análises realizadas.

Verify (Verificar) — Testar e validar o design, assegurando que ele cumpre os objetivos e expectativas definidos.

O DMADV é recomendado quando o objetivo é desenvolver algo totalmente novo, com foco em prevenção de falhas desde o início.


Diferenças principais entre DMAIC e DMADV


Benefícios estratégicos

Ao adotar essas metodologias, as empresas ganham:

  • Maior previsibilidade operacional.

  • Qualidade superior nos produtos e serviços.

  • Redução de custos associados a falhas.

  • Aumento da satisfação e fidelização dos clientes.

  • Fortalecimento da cultura de melhoria contínua e inovação.


Conclusão

DMAIC e DMADV são verdadeiros pilares para organizações que desejam avançar na gestão da qualidade, seja aprimorando processos existentes ou criando soluções totalmente novas. Incorporar esses métodos não apenas reduz custos e erros, mas também eleva o valor percebido pelo cliente e impulsiona o diferencial competitivo.

Bom trabalho e grande abraço.

Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

terça-feira, 29 de julho de 2025

Gestão Enxuta: o Caminho para a Eficiência Empresarial

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"Aplique Gestão Enxuta para eliminar desperdícios, melhorar produtividade e conquistar resultados sustentáveis com processos mais eficientes."


Na corrida pela eficiência e competitividade, as organizações estão constantemente buscando maneiras de otimizar seus processos e recursos. Nesse contexto, a Gestão Enxuta emergiu como uma abordagem revolucionária, oferecendo um caminho claro para reduzir desperdícios, maximizar o valor para o cliente e impulsionar a excelência operacional.

O que é Gestão Enxuta?

Uma filosofia de gestão que se concentra na identificação e na eliminação inteligente de desperdícios em todas as formas, seja de tempo, recursos ou esforços desnecessários.

Quem foi o criador da Gestão Enxuta?

A Gestão Enxuta, também conhecida como Lean Management, não surgiu da mente de um único inventor isolado. Ela nasceu de um movimento colaborativo dentro da Toyota Motor Corporation, no Japão, após a Segunda Guerra Mundial.

O principal arquiteto desse sistema revolucionário foi Taiichi Ohno, engenheiro industrial que identificou, na prática, formas de reduzir desperdícios, melhorar fluxos de trabalho e otimizar recursos. Ele é frequentemente chamado de "pai da produção enxuta".

Ao lado de Taiichi Ohno, Eiji Toyoda, executivo visionário da Toyota, foi decisivo para dar apoio estratégico e cultural ao sistema, ajudando a consolidar a filosofia enxuta em toda a empresa.

Essa nova abordagem deu origem ao Sistema Toyota de Produção (TPS), que estabeleceu os pilares do que conhecemos hoje como gestão enxuta: foco na eliminação de desperdícios (muda), melhoria contínua (kaizen), valorização das pessoas e produção puxada (baseada na demanda real).

Décadas depois, pesquisadores americanos como James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos estudaram profundamente o TPS. No livro "A Máquina que Mudou o Mundo" (1990), eles formalizaram e apresentaram ao Ocidente o termo Lean Manufacturing, popularizando a metodologia em empresas do mundo todo.

Quais são os pilares da Gestão Enxuta?

  • Valor para o cliente: entende o que realmente importa para o cliente e foca esforços nessa entrega de valor. Elimina atividades que não agregam valor ao produto ou serviço final.

  • Fluxo de valor: mapeia e otimiza o fluxo de valor, desde a concepção até a entrega, identificando e eliminando gargalos, redundâncias e desperdícios que não agregam valor.

  • Produção puxada: produz apenas o que é necessário, quando é necessário, em resposta à demanda real do cliente. Evita a superprodução e estoques excessivos que podem levar a desperdícios e custos desnecessários.

  • Fluxo contínuo: promove um fluxo de trabalho contínuo e suave, eliminando interrupções e tempos de espera que possam prejudicar a eficiência. Reduz o estoque e atrasos, garantindo uma resposta rápida às demandas dos clientes.

  • Perfeição: busca continuamente por melhoria e excelência operacional em todos os aspectos do negócio, encarando a perfeição como um ideal a ser perseguido constantemente, nunca como um estado final alcançado.


Exemplos práticos de Gestão Enxuta

1) Manufatura: O quê? Redução de tempos de setup, aumento da produtividade e melhoria da qualidade dos produtos. Como? Implementação de células de produção e sistemas de Kanban para otimizar o fluxo de trabalho.

2) Serviços: O quê? Redução de tempos de espera em filas, simplificação de processos de atendimento ao cliente e melhoria da qualidade do serviço. Como? Implementação de sistemas de gestão visual e padronização de processos para garantir consistência e eficiência.

3) Desenvolvimento de produtos: O quê? Redução do tempo de desenvolvimento, minimização de retrabalho e aumento da inovação. Como? Utilização de técnicas como Desenvolvimento Enxuto de Produto (Lean Product Development) para acelerar o lançamento de novos produtos no mercado.

Lean Product Development

A importância para empreendedores e gestores

A Gestão Enxuta vai além de um conjunto de técnicas industriais: é uma filosofia de gestão que busca gerar valor máximo para o cliente usando o mínimo de recursos necessários. Ao adotar os princípios lean, empresas podem:

  • Reduzir custos operacionais.

  • Melhorar a qualidade dos produtos e serviços.

  • Aumentar a flexibilidade e a capacidade de adaptação.

  • Engajar colaboradores em uma cultura de melhoria contínua.

  • Fortalecer a competitividade no mercado.

Conclusão

Dessa forma, a Gestão Enxuta não é apenas uma ferramenta de gestão, mas sim uma filosofia que permeia toda a organização, promovendo uma cultura de eficiência, inovação e melhoria contínua. Ao adotar os princípios da Gestão Enxuta, as empresas podem reduzir desperdícios, aumentar a competitividade e garantir sua sustentabilidade a longo prazo em um mercado cada vez mais exigente e competitivo.

Bom trabalho e grande abraço.



Este artigo foi originalmente escrito por Rafael José Pôncio para o Jornal Tribuna e adaptado especialmente para o blog oficial www.rafaeljoseponcio.com.br. Todo o conteúdo reflete a visão autoral, com atualizações exclusivas para estudantes, pesquisadores, gestores e empreendedores que buscam excelência em eficiência e inovação.

Autor: Rafael José Pôncio, PROF. ADM.
Publicado em: 02 de março de 2024
Especial: artigos no Jornal da Tribuna
Link fonte: https://jornaltribuna.com.br/2024/03/gestao-enxuta-o-caminho-para-a-eficiencia-empresarial/


        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.   


domingo, 27 de julho de 2025

Ciências da Administração: base para líderes do futuro

Ciências da Administração: base para líderes do futuro

Entenda o que são as Ciências da Administração, sua história, autores clássicos e por que formam a base essencial para líderes e organizações sustentáveis.



Ciências da Administração: base para líderes do futuro

“Administrar é transformar conhecimento em direção, e direção em valor. Eis o papel de quem guia organizações com propósito e eficiência.”
Rafael José Pôncio, PROF. ADM.

O tema é amplamente vasto demais, porém de forma sucinta e bem resumida vamos analisar aqui um resumo sobre o assunto que é a administração, vejamos. 



O que são as Ciências da Administração?

As Ciências da Administração constituem um campo multidisciplinar que estuda os princípios, processos e técnicas utilizados para organizar, planejar, dirigir e controlar recursos — sejam eles humanos, financeiros, materiais ou informacionais — com o objetivo de alcançar resultados eficientes e sustentáveis.

Diferente de abordagens empíricas ou intuitivas, a Administração moderna baseia-se em métodos científicos, modelos organizacionais e análise estratégica, sempre com foco na eficácia organizacional e no valor social gerado.

O termo “administração” deriva do latim administrare, que significa servir, gerir, conduzir com responsabilidade. Desde sua origem, a Administração esteve ligada ao exercício da autoridade para o bem coletivo, evoluindo até tornar-se uma ciência fundamental no mundo corporativo e institucional.

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Evolução histórica das Ciências da Administração

As raízes da Administração moderna podem ser encontradas na Revolução Industrial. No século XX, com o crescimento das grandes corporações, surgiu a necessidade de modelos racionais e estruturados para gerir operações complexas. Existem vários nomes importantes, porém, selecionado aqui três nomes que foram decisivos nessa construção:

  • Frederick Winslow Taylor: criador da Administração Científica, introduziu métodos de produtividade baseados em tempo e movimento.

  • Henri Fayol: propôs as funções administrativas clássicas — planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.

  • Max Weber: trouxe a teoria da burocracia, com ênfase na autoridade legítima, hierarquia e regras formais.

Ao longo do século XX, novas correntes enriqueceram a área:

  • A Escola das Relações Humanas, com Elton Mayo, evidenciou a importância do fator humano.

  • A Abordagem Sistêmica, integrando ambiente e organização.

  • A Teoria Contingencial, que mostra que não há uma única solução para todos os problemas.



Peter Drucker: o pai da Administração moderna

Peter Drucker foi o autor que mais transformou o pensamento administrativo no século XX. Suas obras influenciaram executivos, educadores e formuladores de políticas públicas ao redor do mundo.

Drucker redefiniu a Administração como uma disciplina centrada nas pessoas, na responsabilidade social e no desempenho mensurável. Ele cunhou expressões como:

  • “Fazer as coisas certas” (eficácia) vs. “Fazer certo as coisas” (eficiência).

  • “O objetivo de um negócio é criar e manter um cliente”.

  • “O conhecimento é o principal recurso econômico do século XXI”.

Com visão humanista e pragmática, Drucker contribuiu para tornar o administrador um verdadeiro líder transformador e agente de mudança.

Conheça aqui mais de 60 frases e citações de Peter Drucker.



Idalberto Chiavenato: o educador da Administração no Brasil

No Brasil, alguns nomes contribuiram para a difusão e valorização da Administração, mas em especial o Adm. Idalberto Chiavenato. Com dezenas de livros publicados, sua linguagem clara e didática aproximou os fundamentos da Administração de estudantes, professores e gestores em todos os níveis.

Chiavenato tratou de temas como recursos humanos, estruturas organizacionais, comportamento, liderança e estratégia, sempre reforçando o papel ético e técnico do administrador.

Seu legado está presente em praticamente toda biblioteca acadêmica do país, e seu pensamento continua relevante para as novas gerações de líderes.

É importante também lembrarmos do homem que trouxe a administração para o Brasil - Padre Saboia de Medeiros, conheça mais aqui.



Importância da Administração

Importância das Ciências da Administração

A presença das Ciências da Administração vai muito além das empresas privadas. Elas são aplicadas em:

  • Governos e políticas públicas;

  • Hospitais, escolas e universidades;

  • ONGs, cooperativas e startups;

  • Igrejas, associações e sindicatos;

  • Empresas familiares e multinacionais;

  • Grande corporações e mega organizações como a exemplo da Toyota.

Sem Administração, não há organização funcional. E sem organização, não há entrega de valor, nem progresso social. A Administração é a espinha dorsal das instituições modernas.

No Brasil existe uma grade curricular do curso denominado administração pública, pois as autarquias governamentais em sua maioria são deficitárias em gestão por eficiência.

Ainda citando o Brasil, existe o Conselho Federal de Administração que organiza e regula a profissão, através do Sistema CFA/CRAs do qual é organizado por 27 conselhos regionais.



O administrador como profissional do futuro

Formar-se em Administração não é apenas adquirir técnicas. É desenvolver:

  • Visão estratégica: enxergar além do óbvio.

  • Capacidade de decisão: agir com dados, ética e coragem.

  • Competência interpessoal: liderar pessoas e inspirar equipes.

  • Pensamento sistêmico: entender como tudo está interligado.

  • Capacidade de adaptação: inovar, aprender e evoluir continuamente.

O administrador não é mais um “gerente de processos”, mas sim um condutor de impacto positivo nas estruturas onde atua.



Desafios e futuro da Administração

As Ciências da Administração continuam a se reinventar diante de temas como:

  • Transformação digital e inteligência artificial;

  • Sustentabilidade e responsabilidade social;

  • Governança corporativa e compliance;

  • Gestão de dados, inovação e ESG;

  • Diversidade, equidade e cultura organizacional.

Ao mesmo tempo, os desafios antigos permanecem: como motivar pessoas? Como tomar decisões em cenários incertos? Como equilibrar lucro e propósito?

É por isso que as Ciências da Administração continuam sendo atuais, essenciais e transformadoras.



Conclusão: ciência que guia, arte que transforma

As Ciências da Administração não pertencem apenas aos administradores, mas a todos que desejam gerar resultados com método, ética e impacto duradouro. Elas são a bússola das organizações, a ponte entre o caos e a ordem, entre o desejo e o resultado.

Em um mundo em constante mudança, saber administrar é mais do que uma competência: é uma necessidade civilizatória.

Bom trabalho e grande abraço.
Rafael José Pôncio, PROF. ADM.




Conheça também:

 Ferramentas de Administração



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.