terça-feira, 8 de setembro de 2015

Carl Menger e o valor subjetivo na Escola Austríaca

Carl Menger e o valor subjetivo na Escola Austríaca

Carl Menger revolucionou a economia com a teoria do valor subjetivo e fundou a Escola Austríaca, deixando um legado intelectual duradouro.

Carl Menger como pilar intelectual da Escola Austríaca

No cenário econômico do século XIX, marcado por intensos debates intelectuais e transformações sociais, a figura de Carl Menger (1840–1921) emergiu como um divisor de águas. Enquanto a economia clássica se apoiava em concepções objetivas de valor, Menger rompeu com esse paradigma ao propor uma visão centrada no indivíduo e em suas percepções subjetivas. Foi ele quem lançou as bases da Escola Austríaca de Economia, corrente que até hoje influencia pesquisadores, empreendedores e formuladores de políticas públicas ao redor do mundo.

Aqui existe um livro (em inglês) pdf



Biografia e trajetória

Carl Menger nasceu em 1840, na região da Galícia, então parte do Império Austro-Húngaro. De origem familiar ligada à administração pública, seguiu inicialmente os estudos em direito nas universidades de Viena, Praga e Cracóvia. No entanto, sua curiosidade intelectual logo o conduziu ao campo da economia, onde buscava respostas mais consistentes para os fenômenos do mercado.

Antes de se firmar como acadêmico, trabalhou como jornalista econômico, experiência que lhe proporcionou contato direto com problemas concretos da sociedade e da política de sua época. Posteriormente, ingressou no serviço público austríaco e, em 1873, foi nomeado professor da Universidade de Viena, onde sua influência marcaria gerações. Entre seus alunos, destacaram-se Eugen Böhm-Bawerk e Friedrich von Wieser, que consolidariam os fundamentos da Escola Austríaca.



A obra central: Princípios de Economia Política (1871)

A publicação de Princípios de Economia Política marcou uma verdadeira ruptura na história da ciência econômica. Até então, prevalecia a ideia de que o valor dos bens estava relacionado à quantidade de trabalho empregado em sua produção — tese defendida por economistas clássicos como David Ricardo e, em versão mais radical, por Karl Marx.

valor subjetivo

Menger contestou essa concepção ao afirmar que o valor não é objetivo, mas resulta da utilidade que cada indivíduo atribui a um bem. Essa virada conceitual introduziu a noção de valor subjetivo, fundamento de sua teoria, e deu início à chamada Revolução Marginalista, movimento que também contou com contribuições de William Stanley Jevons, na Inglaterra, e Léon Walras, na França.



Teses e ideias principais

O núcleo do pensamento de Carl Menger pode ser sintetizado em algumas teses fundamentais:

  1. Valor subjetivo – O valor de um bem não está em sua estrutura material, mas na importância que o indivíduo lhe atribui ao satisfazer necessidades específicas.

  2. Utilidade marginal – Cada unidade adicional de um bem possui utilidade decrescente. Isso explica, por exemplo, por que a água, abundante, tende a ser barata, enquanto o diamante, raro, atinge preços elevados.

  3. Individualismo metodológico – A análise econômica deve partir das escolhas e percepções individuais, não de agregados ou entidades coletivas abstratas.

  4. Mercado como processo – Em vez de algo estático, o mercado é visto como um ambiente dinâmico em que os indivíduos ajustam continuamente suas ações.

Essas ideias não apenas romperam com a tradição clássica, mas também forneceram instrumentos conceituais para compreender a economia de forma mais próxima da realidade social.



Defesa central de Menger

A grande defesa de Menger foi recolocar o indivíduo no centro da análise econômica. Para ele, os preços, a escassez e as trocas não podiam ser entendidos a partir de teorias impessoais, mas sim como reflexos das escolhas humanas. O mercado, nessa visão, não é apenas um mecanismo de alocação, mas um processo vivo no qual empreendedores percebem oportunidades, organizam recursos e criam valor para atender necessidades concretas.

Essa defesa da liberdade de escolha e do papel da subjetividade rompeu com escolas rivais, como o historicismo alemão, que privilegiava explicações coletivas, e o marxismo, que via a economia sobretudo como expressão de conflitos de classe.



Legado intelectual e influência

O impacto de Menger ultrapassou sua própria geração. Seus discípulos, Böhm-Bawerk e Wieser, sistematizaram a teoria austríaca e deram continuidade ao programa intelectual iniciado em Viena. No século XX, seu legado foi levado adiante por Ludwig von Mises, que ampliou a análise da ação humana, e por Friedrich Hayek, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1974.

A contribuição de Menger permanece atual em debates sobre inovação, empreendedorismo e políticas econômicas. A valorização da decisão individual, central em sua teoria, antecipa reflexões hoje aplicadas em áreas como teoria do consumidor, economia comportamental e estudos sobre startups.



Quadro comparativo

Para visualizar o contraste entre Menger e a tradição clássica:

Teoria do Valor-Trabalho (Ricardo/Marx)

Teoria do Valor Subjetivo (Menger)

Valor é determinado pela quantidade de trabalho incorporado ao bem.

Valor depende da utilidade percebida pelo indivíduo.

Explicação objetiva, baseada na produção.

Explicação subjetiva, baseada no consumo e nas preferências.

Tendência a análises coletivas.

Foco nas escolhas individuais.

Dificuldade em explicar preços de bens abundantes ou raros.

Explica diferenças por meio da utilidade marginal.


O contraste entre a teoria do valor-trabalho e a teoria do valor subjetivo ilustra a ruptura metodológica que deu origem à Escola Austríaca de Economia.

Teoria do Valor Subjetivo

Entre o trabalho acumulado e a utilidade percebida, Menger mostrou que o verdadeiro valor nasce do olhar humano diante das escolhas.



Box lateral – A Revolução Marginalista

O final do século XIX ficou marcado pela Revolução Marginalista, que transformou a economia em ciência mais analítica e próxima do comportamento humano. Três pensadores chegaram, de forma independente, a conclusões semelhantes:

  • Carl Menger (Áustria) – valor subjetivo e utilidade marginal.

  • William Stanley Jevons (Inglaterra) – teoria matemática da utilidade.

  • Léon Walras (França) – modelo de equilíbrio geral.

Embora com abordagens distintas, todos contribuíram para o abandono da teoria objetiva do valor.



Considerações finais

Carl Menger não foi apenas um economista do século XIX; foi um fundador de uma nova forma de pensar a economia. Ao devolver protagonismo ao indivíduo, ele abriu caminho para compreender como necessidades, escolhas e percepções moldam mercados inteiros. Sua teoria do valor subjetivo, ao mesmo tempo simples e revolucionária, permanece como um dos pilares da ciência econômica moderna.

Mais de um século após sua obra, seu legado inspira não apenas acadêmicos, mas também empreendedores e gestores que reconhecem a importância das decisões individuais na criação de valor e no funcionamento da sociedade.

"Carl Menger mostrou que a riqueza de uma nação não se explica apenas pela produção, mas pela capacidade humana de atribuir significado e valor às coisas."

Bom trabalho e grande abraço.
Rafael José Pôncio, PROF. ADM.



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 O que é ser um empreendedor: conceitos, definições e desafios



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

3 maneiras poderosas de estabelecer sua credibilidade como empreendedor

Um dos grandes desafios para empreendedores iniciantes é obter credibilidade no seu setor.

Quando você está lançando um novo produto ou serviço no mercado, a falta de credibilidade é, de certa forma, um obstáculo para o sucesso. 


Ou seja, para que os outros façam negócio com você, é preciso que seu empreendimento seja visto como confiável.


 A confiança na marca é necessária para fazer vendas.


Por isso, o valor da credibilidade nos negócios não pode ser subestimado, trata-se do maior ativo intangível do empreendedor e marca da empresa. 

Não é algo que possa ser substituído por campanhas inteligentes com um enorme orçamento de publicidade.

A relação de confiança entre a sua marca e seu cliente leva tempo para ser conquistada. 

Pensando nisso, neste artigo trago 5 maneiras poderosas para você estabelecer a credibilidade do seu negócio.

  1. Gerencie sua comunicação com eficácia


A comunicação é a base para estabelecer credibilidade.


Certifique-se de que está comunicando adequadamente a missão, visão e os valores da sua marca e o que diferencia você dos seus concorrentes, e para isso deve haver a congruência.


Além disso, seu site institucional e suas redes sociais muitas vezes costumam ser a primeira impressão que um cliente em potencial terá de você e de sua empresa.  


A velocidade e a facilidade de navegação são importantes, mas, principalmente, cuide do design para que eles estejam alinhados com a mensagem que você quer passar do seu produto ou serviço. 


  1. Envolva seu público


Ainda sobre a comunicação, a mídia digital pode ser uma forma econômica de aumentar sua credibilidade, e  você não precisa gastar uma fortuna com isso.


Compartilhar conteúdo, responder perguntas e envolver seu público nas redes sociais como Instagram, Twitter e Facebook pode ajudar a estabelecer você como um especialista confiável em sua área. 


Na medida em que você mantém a constância nas redes sociais, a credibilidade vem com o tempo. 


  1. Seja íntegro


A credibilidade é algo difícil de ser conquistado. Leva anos para construir uma boa reputação no mercado que pode, rapidamente, ser destruída.


Por isso, a integridade é fundamental para conquistar a confiança do cliente.


Ofereça somente aquilo que você pode cumprir e não minta a respeito das características do produto ou do serviço.


O cliente sabe quando suas expectativas não foram atendidas e isso pode ser muito ruim para o seu negócio.


Ainda mais agora na era da internet, fica cada vez mais difícil esconder possíveis situações desfavoráveis entre sua marca e seu cliente.  


  1. Promova suas conquistas


Aprender a reconhecer suas realizações pode aumentar sua própria motivação, respeito próprio e confiança, mas, quando divulgado, também pode falar muito para seus colegas e clientes no mundo dos negócios. 


Divulgar suas realizações podem ajudá-lo a oferecer aos clientes em potencial a confiança de que precisam para investir em seu produto ou serviço.


Você também pode envolver seu público e aumentar a credibilidade, compartilhando sua experiência para ajudar outras pessoas.


Além das suas conquistas, você pode compartilhar seus fracassos e como fez para superá-los. Isso gera uma sensação de humanidade que conecta você ao seu público.  


  1. Faça Networking


A maioria de nós já comprou um produto ou serviço por indicação de amigos ou familiares.


Esse “boca a boca” pode ajudá-lo muito na construção da credibilidade do seu negócio. Nas parcerias, você amplia os pontos de contato do público com a sua marca.


Mas, lembre-se, parceria é troca, seja honesto sobre aquilo que você realmente consegue oferecer nessa parceria para não correr o risco de colocar tudo a perder.


Estabelecer sua credibilidade como empreendedor tem muito mais relação com a sua postura e seus valores do que com o seu produto ou serviço.


Como vimos neste artigo, o essencial é você saber comunicar os valores do seu negócio com integridade e estar cercado das pessoas certas que, com certeza, a sua credibilidade como um empreendedor de sucesso virá com o tempo.


Bom trabalho e grande abraço.


Adm. Rafael José Pôncio



        Reprodução permitida, desde que mencionado o Nome do Autor e o link fonte.       

domingo, 9 de agosto de 2015

Diminua os custos e aumente os seus lucros com o Six Sigma

O Six Sigma visa aperfeiçoar a qualidade da sua empresa através da matemática. Ficou curioso? Continue a leitura e conheça essa metodologia.

Diminua os custos e aumente os seus lucros com o Six Sigma

O Six Sigma, também traduzido como Seis Sigma, é uma metodologia utilizada para medir e aprimorar a qualidade através da diminuição do desvio padrão.

O desvio padrão é uma medida matemática que indica o nível de igualdade entre os dados. Assim, quanto mais próximo de 0 (zero), maior será a uniformidade.

Aplicando para o mundo dos negócios seria:

Uma confeiteira vende um cento de brigadeiros por R$150,00, cada brigadeiro deve ter o mesmo peso, formato e tamanho, afinal se alguns ficarem maiores o seu lucro irá diminuir.

Também caso os brigadeiros fiquem diferentes, os clientes não se sentirão satisfeitos.

Por isso, os dados e análises estatísticas são o pilar do Six Sigma, tanto que dá origem ao nome. Sigma é a 18º letra do alfabeto grego (σ) e símbolo do desvio padrão.

Como começou o Six Sigma?

O conceito inicial foi desenvolvido pelo engenheiro, físico e estatístico  Walter Andrew Shewhart (1891-1967) , que criou o controle estatístico de qualidade.

Shewhart definiu que se há uma variação igual ou maior de 3 no sigma, os processos deveriam ser revistos.

Contudo, o Six Sigma como conhecemos hoje, é creditado a Bill Smith, engenheiro da Motorola, que no ano de 1985 desenvolveu um método para a solução de problemas padrão e redução de defeitos e registrou em 1986.

O método foi tão aceito que Jack Welch, CEO da General Electric, também o adotou a partir de 1995.

Quais as vantagens do Six Sigma?

Aplicar esta metodologia pode trazer muitos benefícios para sua empresa, dentre eles estão:

Maior eficiência e produtividade

Com o aperfeiçoamento dos processos na empresa e a correção dos erros a tendência é que se consiga fazer mais em menos tempo.

Redução dos custos

Para a diminuição do desvio padrão, os colaboradores se empenham ao máximo para que o desperdício chegue a 0 (zero). Logo haverão menos custos.

Maior satisfação dos clientes

Quando alguém faz uma compra, não queremos que ela esteja conforme o esperado ou se possível, acima das expectativas?

Garantir isso é um dos principais objetivos da Six Sigma.

Aumento dos lucros

Somando todas as vantagens anteriores, o crescimento das margens de lucro será o resultado final da implementação da metodologia.

Como aplicar o Six Sigma nos negócios?

Embora tenha surgido nas fábricas, esta metodologia pode ser empregada em qualquer setor ou tipo de empresa.

Para isso existem duas formas principais: o DMAIC e o DMADV. Eles funcionam como um plano para medir e corrigir os desvios.

DMAIC

É a sigla em inglês para as etapas a serem seguidas. Este modelo é mais eficaz para analisar o que já existe.

  • Define (definir): é o momento de escolher quais são os problemas e necessidades da empresa a serem revistos.

  • Measure (mensurar): hora de levantar os dados e estatísticas necessários para avaliação da questão principal.

  • Analyse (analisar): esta é uma das etapas mais importantes, quando você examina as informações coletadas e encontra a origem do problema.

  • Improve (melhorar): onde são apresentadas as melhorias conforme os objetivos e as necessidades.

  • Control (controlar): é o acompanhamento das soluções aplicadas e a avaliação dos resultados, esta fase é contínua.

Exemplo:

Uma clínica de saúde notou que os pacientes têm reclamado constantemente dos atendimentos atrasados e da falta de profissionais.

  • Definir: por que os atendimentos estão abaixo do esperado?

  • Mensurar: usar as pesquisas de satisfação e o tempo de duração de cada procedimento (exames, consultas, etc).

  • Analisar: Identificou-se que a principal causa são muitos encaixes.

  • Melhorar: agendar os encaixes somente no final do dia ou em horários livres.

  • Controlar: manter as pesquisas de satisfação e informar os pacientes da mudança no procedimento. 

DMADV 

Também é uma sigla em inglês, este método para aplicação do Six Sigma é mais indicado para a criação de novos produtos ou serviços.

  • Define (definir): escolher os objetivos e quem será responsável pelo novo projeto.

  • Measure (mensurar): que diferenciais o produto irá ter? Quais as suas principais características? 

  • Analyse (analisar): explorar as ideias e discutir as possibilidades.

  • Design (desenhar): criar um protótipo e fazer testes até que o novo produto e/ou serviço esteja conforme o esperado.

  • Verify (verificar): quando os últimos ajustes são realizados e o item está pronto para ser lançado no mercado.

 Exemplo:

Um salão de beleza pensa em disponibilizar para as suas clientes o procedimento de micropigmentação de sobrancelhas.

  • Definir: Oferecer aos clientes a micropigmentação de sobrancelhas. Responsável: design de sobrancelhas.

  • Mensurar: as sobrancelhas serão preenchidas, deixando com um aspecto natural.

  • Analisar: determinar o valor e a forma de implementação do serviço no salão.

  • Desenhar: fazer os primeiros atendimentos e pesquisar a opinião dos clientes.

  • Verificar: ajustar conforme o feedback e implementar o procedimento de micropigmentação de sobrancelhas no mercado.

Requisitos ao iniciar a metodologia: os belts

Como vimos, para que o Six Sigma seja aplicado é necessária uma mudança profunda na cultura do negócio.

Então, é fundamental que a pessoa que irá coordenar essas transformações tenha um conhecimento especializado da metodologia.

Para isso, foram criadas capacitações que ensinam os gestores e colaboradores ensinando conceitos e técnicas de maneira avançada.

Estas certificações são chamadas belts, conheça as principais e as funções na aplicação da metodologia.

1.   White Belt

É a qualificação inicial, para quem não conhece nada do Six Sigma, dando um panorama sobre a metodologia e formas de aplicação.

2.   Yellow Belt

Mais avançado que o White, este certificado habilita o funcionário a pensar e desenvolver pequenos projetos.

3.   Green Belt

Com este certificado o colaborador consegue gerenciar projetos de média complexidade.

4.   Black Belt

Mais voltado aos líderes de equipe, dispõe de um conhecimento aprofundado que permite ao gestor ensinar e aplicar as ferramentas do Six Signal.

 5.   Master Black Belt

Embora não seja uma certificação, também faz parte deste universo.  O profissional Master Black Belt além da qualificação, possui a experiência prática necessária para gerir grandes equipes.

6.   Champion

Esta função está relacionada ao planejamento estratégico do projeto. O Champion avalia a possibilidade de aplicação das soluções e decide o que pode ou não ser implantado.

7.   Sponsor

É o cargo mais elevado em um projeto de Six Sigma, geralmente ele não participa ativamente da implementação, mas centraliza todos os projetos e verifica se estão de acordo com as diretrizes da empresa.


Então, gostou de conhecer o Six Sigma?

Bom trabalho e grande abraço,

Adm. Rafael José Pôncio




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sábado, 18 de julho de 2015

Como expandir a mente, desenvolver a criatividade e estimular a inovação


Ser criativo é uma característica importante em qualquer área de atuação ou profissão. E ela tem sido cada vez mais necessária em função da demanda por adaptação em um mundo repleto mudanças aceleradas ao qual fazemos parte.  Mas eu sei, no entanto, que nem todo mundo tem a criatividade latente. Alguns têm essa habilidade mais desenvolvida que outros, além do fato de o nosso potencial criativo diminui com o passar dos anos. Se esse é o seu caso, não se desespere e nem desanime. Existem maneiras de desenvolver a nossa criatividade e expandir a mente. Preparei este artigo com o intuito de esclarecer o conceito de criatividade, mostrar a sua relação com a inovação e listar algumas ações que podem contribuir para a sua evolução nesse campo. É possível despertar a mente criativa e inovadora que há em você na medida em que desenvolve novos aprendizados. Veja só! 

Em que consiste a criatividade?

A criatividade é o processo de estabelecer conexões inéditas e compor ideias originais, trazendo-as para a realidade. É desenvolver um correspondente tangível para o pensamento abstrato e externalizá-lo, caso contrário tudo não passa de imaginação. 


É importante destacar que criatividade não se limita às áreas ligadas a arte, como muitos pensam. Ela pode ser aplicada e é necessária em todo lugar. Criar é uma necessidade da existência humana.

A criatividade pode ser aprendida?

A criatividade não é uma característica inata, ou seja, todos nós temos potencial para desenvolvê-la. É claro que, como qualquer outra habilidade, algumas pessoas têm mais facilidade e a exercem com maior naturalidade. Mas ela pode sim ser aprendida. Veja seguir algumas características comuns entre as mentes criativas. 

As habilidades comuns dos criativos:

  • Capacidade de associação;

  • Questionamento;

  • Observação;

  • Networking;

  • Experimentação.

Por que criar fica mais difícil quando envelhecemos?

Você já se pegou pensando como era criativo quando criança, cheio de ideias e invenções mirabolantes? É natural que o nosso potencial criativo diminua com o passar dos anos. Isso porque, quando crianças, não convivemos com o medo do julgamento e do fracasso, não damos tanta importância às críticas e não tentamos nos adequar a um padrão estabelecido pela sociedade. Precisamos, portanto, fazer o exercício e o esforço de recuperar e desenvolver essa habilidade da criação. 

O papel da criatividade nos negócios

Atualmente, independentemente do setor de atuação, a capacidade de inovação é essencial para as empresas manterem a competitividade. Além disso, incentivar o desenvolvimento criativo é relevante em diversos aspectos no mundo corporativo, já que proporciona impacto positivo na tomada de decisões e na solução de problemas, gera engajamento e melhora a produtividade.  

A relação entre a criatividade e a inovação

Apesar de os conceitos serem diferentes, é importante destacar que não existe inovação sem a criatividade, ela é o principal ingrediente da inovação. E como a inovação é fundamental para o desenvolvimento tecnológico e econômico da sociedade, estimular processos criativos deve ser uma prioridade para negócios que desejam investir em inovação e se destacar.  

De que forma a criatividade pode ser potencializada no intraempreendedorismo?

Nesse sentido, para elevar o potencial criativo e impulsionar a inovação, as empresas devem focar em dois fatores importantes, que influenciam diretamente esses aspectos: o ambiente e a liderança.


Dessa maneira, o ideal é proporcionar um ambiente de trabalho em que as pessoas se sintam confortáveis em compartilhar suas ideias e propor novas soluções, sem medo de errar. Além disso, padrões e processos muito rígidos e burocráticos tendem a inibir movimentos inovadores. As lideranças também precisam estar abertas e dispostas a acolherem as novas ideias, incentivando essa postura proativa das equipes e mantendo canais de comunicação disponíveis. 

Como expandir a mente e desenvolver seu potencial criativo

Aprenda coisas novas e de áreas diversas

Uma forma de desafiar a mente e ter insights é ampliar o leque de conhecimento, se aventurando em diferentes áreas. Assim, além da possibilidade de descobrir novas habilidades, você tem a chance de explorar caminhos alternativos para construir um repertório de ideias e conseguir desenvolver novas soluções. 

Seja observador, questione os padrões e busque maneiras de fazer diferente

As mentes criativas sempre se fazem a seguinte pergunta diante de algo: “de que outra forma isso pode ser feito?”. Portanto, aja sempre como um bom observador, analise o universo ao seu redor, faça questionamentos. São nessas oportunidades que problemas podem ser solucionados e as ideias afloram.

Não tenha medo de errar e experimentar

O medo de errar pode minar a sua criatividade e, consequentemente, o seu potencial de inovação. Isso porque a insegurança e o receio de falhar podem impedir que você tome iniciativas mais ousadas e experimente coisas “fora da caixa”, que poderiam contribuir para o desenvolvimento e a expansão da mente. 

Exercite suas habilidades e identifique o seu comportamento criativo

O que favorece o seu processo criativo? Busque fazer essa conexão e tente explorar os meios e maneiras em que você identifica que sua criatividade mais se aflora. Além disso, pratique o que você faz de melhor. Ao exercitar suas habilidades, existe a tendência de você se entregar ao chamado estado de flow, um momento de total engajamento que é extremamente favorável ao processo criativo. 

Consuma arte e acompanhe tendências

É importante ter fontes criativas para expandir a mente e estimular a sua própria criatividade e caminhos para inovação. Por isso, leia livros, assista filmes, séries, ouça músicas, visite exposições. Também se mantenha atualizado e fique por dentro do que está em alta na mídia, redes sociais e meios de consumo.  

Reserve momentos de pausas e descanso 

Com certeza você já ouviu falar do ócio criativo, não é mesmo? Hoje, vivemos em uma busca incessante pela produtividade a qualquer custo, ignorando que momentos dedicados ao lazer e ao descanso também são importantes para estimular o nosso potencial criativo. Uma mente descansada é essencial para o estabelecimento de novas conexões no cérebro e para a criação. 


Essas são ações simples que podem lhe ajudar a ser mais criativo e a expandir a mente, já que observamos hoje essa demanda, e até exigência, por perfis criativos por parte das empresas, pensando em estratégias para desenvolver a inovação. Acredito que essa seja uma tendência duradoura, já que precisamos pensar em soluções para as novas necessidades da sociedade. E aí? Qual será a sua próxima ideia? Bom trabalho e grande abraço. Adm. Rafael José Pôncio




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